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ACHEI! Nélio admite que errou ao sair do Flamengo

ACHEI! Nélio admite que errou ao sair do Flamengo


Promessa da base rubro-negra espera propostas para dar continuidade à carreira
Eduardo Orgler Eduardo Orgler do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro
ALTERAR O
TAMANHO DA LETRA

 

Foto: Divulgação
Divulgação
Nélio, de promessa rubro-negra ao esquecimento no CFZ

"Eu conquistei o meu espaço e joguei fora." A frase, dita num indisfarçável tom de arrependimento, é a prova do reconhecimento de que tudo poderia ter sido diferente. E como. Afinal, não são poucos os torcedores rubro-negros que volta e meia se perguntam: "E aquele Nélio, revelação dos juniores, que fim levou?"

O garoto, que surgiu como grande promessa das categorias de base do Flamengo em 2001, hoje, aos 23 anos, amarga o ostracismo treinando sozinho no Centro de Futebol Zico (CFZ), à espera de uma proposta para voltar a jogar. Em maio, ele passou 21 dias em teste num clube da primeira divisão de Portugal e agora vive a expectativa de ser contratado. O jogador também afirma que foi sondado por alguns clubes brasileiros para disputar a Série C. Contudo, é no exterior que ele vislumbra a chance ideal para o recomeço:

- Lá fora ninguém me conhece nem sabe dos problemas que tive durante todo esse tempo. É melhor, pois poderia recomeçar do zero. Aqui, acabei marcado como um jogador que não pára em clube nenhum, e isso me prejudicou muito - explica o jogador, em entrevista por telefone, do Rio de Janeiro, ao GLOBOESPORTE.COM.

 

 Atitude precipitada

 
Mas, ao olhar para trás, Nélio não hesita em reconhecer que pecou pela inexperiência e pela precipitação ao acionar o Flamengo na Justiça do Trabalho quando tinha apenas 18 anos, em 2003.

- Naquela época, o Evaristo (de Macedo, técnico do Flamengo na ocasião) não queria trabalhar com os garotos mais novos. E eu já tinha algumas propostas boas de outras equipes para jogar como profissional. Isso mexeu com a minha cabeça. Acabei me precipitando e entrei na Justiça para conseguir a minha liberação - conta Nélio, atleta da mesma geração do goleiro Wilson, vice-campeão da Copa do Brasil deste ano pelo Figueirense.

A essa altura, o jogador já havia praticamente acertado a sua transferência para o Vasco. Mas, segundo ele, o clube de São Januário acabou desistindo de contratá-lo depois que o Flamengo soube da negociação e ameaçou investir em atletas da base cruzmaltina.

Nélio ganhou a ação contra o Flamengo na Justiça, mas fez uma contraproposta ao clube. Devolveria o seu passe ao Rubro-negro, com a condição de que fosse emprestado ao Atlético-PR. Acordo selado, o garoto foi para o Furacão, mas nem tudo saiu como o planejado. Na verdade, nada. Ficou algumas partidas no banco no primeiro mês, até que uma grave contusão no tornozelo acabou com as suas esperanças de deslanchar no time paranaense.

 

"Todo dia me liga um empresário diferente. Mas para quem cresceu no Flamengo e se acostumou a ter tudo do bom e do melhor, é complicado lidar com certas situações. Às vezes, paro e penso: o que eu vim fazer aqui?"

Nélio, 23 anos, sobre a dificuldade de dar prosseguimento à carreira

 

Ao voltar ao Flamengo, sentiu que já não havia mais espaço para ele. Como ainda tinha contrato em vigor, acabou emprestado ao Brasiliense, em 2004, e participou de alguns jogos da campanha do título estadual do Jacaré.

 

 Adeus à Gávea e alta rotatividade

 
Ainda em 2004, Nélio chegou a um acordo para rescindir o contrato com o Flamengo, que lhe devia salários atrasados e direitos trabalhistas. Rodou por Paraná, Cruzeiro e Fortaleza antes de voltar ao Brasiliense, onde ficou até setembro de 2006. Foi embora depois de se desentender com o técnico Lula Pereira.

- Se eu tivesse esperado um pouco mais no Flamengo, hoje estaria numa situação melhor. Quando você roda muito, as coisas começam a não andar - lamenta Nélio.

No ínicio de 2007, participou de toda a pré-temporada do Cabofriense, mas deixou o clube a uma semana do início do Campeonato Carioca, alegando que o time titular era escalado de acordo com interesses de empresários.
Hoje, Nélio vive a angustiante espera por uma oportunidade na qual valha a pena apostar. A situação financeira estável ainda o faz pensar duas vezes antes de aceitar qualquer proposta.

- Todo dia me liga um empresário diferente. Mas para quem cresceu no Flamengo e se acostumou a ter tudo do bom e do melhor, é complicado lidar com certas situações. Às vezes, paro e penso: o que eu vim fazer aqui? - explica o amargurado Nélio, referindo-se à dificuldade de se adaptar a clubes em que a infra-estrutura deixa a desejar.

Sobre a possibilidade de voltar ao Flamengo um dia, o jogador não alimenta expectativas.

- Sei que hoje as portas estão totalmente fechadas para mim lá. Alguns dirigentes da época em que rescindi o contrato ainda têm grande influência no futebol do clube. Então, não existe a menor chance. Quem sabe no futuro, com outra diretoria...